É unanimidade dizer que esta é uma cachaça especial. A localização do alambique à beira-mar, no aprazível Sítio Santo Antônio, e a figura feminina que empresta seu nome à bebida – Maria Izabel – já seriam bons motivos. Ela mantém pessoalmente a tradição artesanal na fabricação de cachaça desde 1996, da plantação da cana ao engarrafamento, conservando um costume familiar que teve início com o trisavô o qual já fabricava a bebida no ano de 1800, chegando até a exportá-la para Portugal, conforme comprovam cartas orgulhosamente expostas em seu alambique.
Izabel faz quase tudo sozinha, com a ajuda de apenas quatro funcionários. O canavial fica em terreno de encosta, o que aumenta naturalmente a concentração de açúcar. Outros fatores favoráveis são o curto tempo entre o corte e moagem da cana e o fluxo da produção, na qual tudo é muito próximo, implantado em terreno desnivelado para aproveitar a gravidade.
Um detalhe que faz a diferença é manter a bebida no mínimo um ano armazenada em tonéis de madeira, antes do engarrafamento: a Ouro em carvalho e a Prata em jequitibá. Além destas duas, produz-se também uma excelente Azulada, que utiliza folhas de tangerina na fermentação, e mais uma “reserva especial” envelhecida e degustada apenas no alambique. O resultado é uma cachaça puríssima, cotada como uma das melhores da região, ostentando os selos do Inmetro e de Identidade Geográfica. Na classificação de qualidade da revista Playboy, ela está sempre entre as dez melhores do Brasil.
Para valorizar um produto tão especial, a embalagem teria que ser também especial. Izabel ganhou de presente da amiga Liz Caldas – inglesa que idealizou a Flip – a confecção do rótulo, desenhado pelo renomado ilustrador Jeff Fischer, que faz os cartazes da Flip. Ficou lindo! Para conhecer o alambique é imprescindível agendar a visita, especialmente para receber instruções de como chegar ao sítio e ser recebido pela própria Izabel que, além de produzir cachaça, gosta mesmo é de viver tranquila, de preferência descalça na beira do mar e junto à flora, à fauna, e principalmente aos sons da natureza de seu paraíso particular!